A
Aliança das Obras
"Mas da árvore do conhecimento do bem e do
mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás." (Gn 2.17)
“visto que ninguém será justificado diante dele por
obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas
agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos
profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre
todos] os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como
propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua
tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista
a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Rm 3.20-26)
“Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei
viverá por ela. Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu
coração: Quem subirá ao céu?,
isto é, para trazer do alto a Cristo; ou: Quem
descerá ao abismo? isto é, para levantar Cristo dentre os mortos. Porém que se
diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a
palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor
e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da
salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será
confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o
Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10.5-13)
“Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque
está escrito:
Maldito todo aquele que não permanece em todas as
coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei,
ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei
não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Cristo
nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para
que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que
recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.” (Gl 3.10-14)
“pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”(Rm
3.23).
Quando Adão e Eva foram criados, entraram num
relacionamento moral com Deus, seu Criador. Tinham a responsabilidade de
obedecê-lo, sem nenhum direito inerente a recompensa ou bênção por tal
obediência. Deus, entretanto, em seu amor, misericórdia e graça,
voluntariamente entrou numa aliança com suas criaturas pela qual adicionou à
sua lei uma promessa de bênção. Não se tratava de uma aliança entre partes
iguais, mas de uma aliança de descansava sobre iniciativa de Deus e sua
autoridade divina.
A aliança original entre Deus e a humanidade foi
uma aliança de obras. Nesta aliança, Deus exigiu obediência perfeita e total ao
seu governo. Prometeu vida eterna com bênção pela obediência, mas ameaçou a
humanidade com a morte, caso desobedecessem sua lei. Todos os seres humanos, de
Adão até nós, no tempo presente, inevitavelmente são membros dessa aliança. As
pessoas podem recusar-se a obedecer ou até mesmo recusar-se a reconhecer a
existência de tal aliança, mas nunca poderão escapar dela. Todo ser
humanos se acha em relacionamento de aliança com Deus, seja como violador da
aliança ou como guardador da aliança. A aliança das obras é a base da nossa
necessidade de redenção (porque nós a violamos) e nossa esperança de
redenção (porque Cristo cumpriu seus termos por nós).
Um único pecado já é suficiente para violar a
aliança das obras e nos tornar devedores que não podem pagar a própria dívida
para com Deus. O fato de que ainda tenhamos esperança de redenção, mesmo depois
de pecar, ainda que seja um único pecado, é devido à graça de Deus e somente à
graça de Deus.
As recompensas que recebemos de Deus no céu também
são atos de graça. Representam Deus corando seus próprios dons de graça. Se
Adão tivesse obedecido a aliança divina das obras, ele teria alcançado o mérito
que procede da virtude de cumprir os requisitos da aliança com Deus. Adão caiu
em pecado e por isso Deus, em sua misericórdia, acrescentou uma nova aliança
com base na graça pela qual a salvação tornou-se possível e disponível.
Somente um ser humano conseguiu guardar a aliança
das obras. Essa pessoa foi Jesus. Sua ação, como segundo ou novo Adão, satisfez
todos os termos da nossa aliança original com Deus. Seu mérito em alcançar isso
está disponível a quem puser sua confiança nele.
Jesus é a primeira pessoa a entrar no céu por suas
boas obras. Nós também entramos no céu pelas boas obras - as boas obras de
Jesus. Elas se tornam "nossas" boas obras quando nós recebemos Cristo
pela fé. Quando depositamos nossa fé em Cristo, Deus credita as boas obras dele
em nossa conta. A aliança da graça cumpre a aliança das obras porque Deus
graciosamente aplica o mérito de Cristo em nossa conta. Desta maneira, pela
graça satisfazemos os termos estabelecidos na aliança das obras.
Deus abençoe.