Eleição e reprovação
“Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 918).
“Eleger” significa selecionar ou escolher. De acordo com a Bíblia, antes da criação, Deus selecionou-dentre os da raça humana aqueles que seriam redimidos, justificados, santificados e glorificados em Cristo Jesus.
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8. 28-39).
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1.3-14).
“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts 2.13-14).
“que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2Tm 1.9-10).
A escolha divina é uma expressão da graça livre e soberana de Deus. Não é merecida por coisa alguma por parte daqueles são escolhidos. Deus não deve aos pecadores nenhuma espécie de misericórdia, pois eles só merecem condenação. Por isso, é maravilhoso que ele escolhesse salvar qualquer um entre nós. Como toda verdade a respeito de Deus, a doutrina envolve mistério e, às vezes, levanta controvérsia. Porém, nas Escrituras, é uma doutrina pastoral, que ajuda os cristãos a verem quão grandes é a graça que salva e os move a responder com humildade, confiança e louvor. Não sabemos quais os outros que Deus escolheu entre os que ainda não são crentes, nem por que ele nos escolheu, especificamente. Sabemos apenas que, se somos crente agora, é porque fomos escolhidos. Também sabemos que, como crentes, podemos confiar em que Deus acabará a boa obra que começou.
“o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1.8-9).
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1Ts 5.23-24).
“ao amado filho Timóteo, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. Ação de graças Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia. Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria” (2Tm 1.2-4).
“O Senhor lhe conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso” (2Tm 1.18).
Por essas razões, o conhecimento da eleição é uma fonte de gratidão e confiança.
Pedro nos diz que devemos procurar “com diligencia...
confirmar a (nossa) vocação e eleição” (2Ped 1.10), isto é, devemos torna-la certa
para nós. A eleição é concedida por seus frutos.
Paulo sabia que os tessalonicense tinham sido escolhidos, porque viu sua fé, sua esperança e seu amor, a transformação da vida deles, realizada pelo evangelho. “recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo” (1Ts 1.3-6)
Paulo sabia que os tessalonicense tinham sido escolhidos, porque viu sua fé, sua esperança e seu amor, a transformação da vida deles, realizada pelo evangelho. “recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo” (1Ts 1.3-6)
Reprovação é o nome dado à eterna decisão de Deus com relação àqueles pecadores que não foram escolhidos para a vida. Não escolhendo para vida, Deus determinou que eles não fossem transformados. Eles continuarão em pecado e, finalmente, serão julgados por aquilo que tiverem feito. Em alguns casos, Deus pode ir mais longe e remover as influências restritivas que protegem uma pessoa da desobediência extrema. Esse abandono chamado de “endurecimento” é, em si mesmo, uma penalidade do pecado.
“Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 918).
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios” (Rm 11.25).
“Assim, deixei-o andar na teimosia do seu coração; siga os seus próprios conselhos” (Sl 81.12).
“Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si” (Rm 1.24).
“Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza” (Rm 1.26).
“E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28).
A reprovação é ensinada na Bíblia.
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés:
Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de
quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Porque a
Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu
poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. Logo, tem ele
misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me
dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem
és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar
a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a
massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? Que
diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder,
suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a
fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de
misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem
também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?”(Rm
9.14-24).
“e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (1Ped 2.8).
Porém, como uma doutrina, seu significado sobre o comportamento cristão é indireto. O decreto de Deus sore a eleição é secreto; quais pessoas são eleitas e quais são reprovadas não será revelado antes do Juízo Final. Até aquele tempo, Deus ordena que o chamado ao arrependimento e á fé sejam pregados a todos.